A ressonância no diagnóstico da endometriose

A ressonância é um exame de imagem utilizado para complementar a investigação diagnóstica da endometriose, por conta da alta sensibilidade e especificidade, variando estas taxas de acordo com a localização e gravidade das lesões.  Na endometriose infiltrativa e no ovário a ressonância permite o mapeamento completo das lesões no abdômen e na pelve, ajudando o cirurgião e ginecologista a definir a complexidade de cada paciente, permitindo um planejamento adequado do tratamento. Além disso, é possível o diagnóstico de outras patologias da pelve feminina, tais como no útero e nas trompas, que podem impactar no tratamento.

O exame é feito pela emissão de ondas magnéticas que vão gerar imagens ao atingir os diferentes tipos de tecidos. Cada tecido da pelve, tais como a bexiga, o intestino, os ovários e o útero, tem uma composição química diferente (como a quantidade de água) e desta forma irão ter uma representação digital diferente na imagem. É o que chamamos de excelente contraste tecidual, que aliado a alta resolução das imagens adquiridas permite identificar até o ureter e os nervos envolvidos na endometriose.

Existem alguns preparos necessários para melhorar a qualidade do exame e aumentar a acurácia (precisão) da ressonância.  O preparo intestinal e uma dieta pobre em fibras realizados antes do procedimento são essenciais, além da utilização de gel vaginal e do contraste retal. O uso do contraste venoso pode não ser necessário e ser avaliado com o médico radiologista no momento do exame. Uma equipe especializada orientará sobre esses procedimentos, com o acolhimento adequado.

É importante ressaltar que deve-se evitar realizar a ressonância da pelve no primeiro trimestre da gestação, tendo como algumas contraindicações o uso de marca-passo cardíaco, alguns implantes cocleares (prótese coclear metálica) e clipe de aneurisma cerebral ferromagnético.  Normalmente, existe um formulário de orientações prévios ao exame contendo estas informações. Estas também são reforçadas em entrevista prévia ao exame, para garantir que o mesmo seja feita com toda segurança.

Os exames de imagem não são absolutos no diagnóstico da doença e/ou substituem a avaliação clínica, mas são grandes aliados não invasivos de acompanhamento da endometriose. Recomenda-se, quando a paciente está realizando o tratamento clínico, que o acompanhamento seja inicialmente semestral. O exame deixará de ser realizado com a freqüência de semestralidade de acordo com a melhora clínica, estabilização da doença e desejo reprodutivo.

A indicação da necessidade de complementação do diagnóstico pela ressonância pélvica deve ser indicada pelo especialista, assim como a regularidade do acompanhamento caso a caso. O importante é que quando ela se faça necessária, deva ser realizada em local de qualidade, por um médico radiologista especialista, aumentando assim as chances de detecção dos focos de endometriose.

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