Identificando preditores de dor inaceitável na Histeroscopia

A histeroscopia é um exame invasivo, no qual se introduz uma microcâmera na cavidade uterina após sua distensão, para identificar quaisquer alterações neste local. A distensão pode ser feita com gás carbônico ou soro fisiológico, pois as paredes do canal cervical e corpo uterino encontram-se normalmente colabada. O aparelho contendo a câmera, chamado de histeroscópio, tem um diâmetro total de aproximadamente 3mm. O útero, principalmente a região do colo uterino, pois fibras nervosas sensitivas, levando a sensação de dor quando estimulado.

A sensibilidade a dor e variável de organismo para organismo, sendo um parâmetro muito subjetivo. Há pessoas que não sentem dor alguma ao realizar a histeroscopia, mas já outras não conseguem conclui-lo pela elevada intensidade da dor. A realização da histeroscopia ambulatorial, na maioria das vezes, e bem tolerada sem a necessidade de anestesia. Mas as pacientes que não conseguem concluir o exame por dor intensa, devem realizá-lo sob anestesia, seja ela local ou sedação. Mas como identificar quem precisa ou não da anestesia?

A análise da dor e um instrumento subjetivo, mas seria importante selecionar as pacientes previamente, e evitar uma necessidade de retorno das mesmas para uma segunda tentativa do exame. Desta forma, nosso grupo realizou um estudo envolvendo 558 mulheres que foram submetidas à histeroscopia ambulatorial sem anestesia com intuito de tentar identificar preditores de dor inaceitável (não tolerável). A dor foi avaliada pela escala visual analógica de dor, graduando em uma escala de 0 (ausência de dor) a 10 (dor mais intensa imaginável). A dor inaceitável foi considerada maior ou igual a 7 no momento do exame, e/ou maior ou igual que 4 na liberação da paciente. Foram avaliados fatores como experiência do examinador, diabetes, idade menor que 50 anos, curetagem prévia, dispareunia e dismenorreia intensa.

Foi identificado, como esperado, que a experiência do examinador protege contra a sensação de dor intensa durante e após o exame. Além disso, foi identificado que a dismenorreia intensa e um fator de risco para dor inaceitável na liberação da paciente. A paciente com história de dismenorreia intensa, portanto, deve ser informada deste risco e oferecida a anestesia para a realização do exame, evitando o desconforto.

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