Uso de anticoncepcionais como tratamento medicamentoso

O anticoncepcional, que foi lançado em 1960, era uma combinação de hormônio estrogênio e progesterona like, com o objetivo exclusivo de evitar a gravidez e sua aplicação a época era exclusivamente oral.  A concentração hormonal era 10 vezes maior do que a presente nas pílulas atuais, provocando em maior proporção efeitos colaterais e complicações. Por questões políticas sociais, o medicamento foi lançado com o slong de “amenizar os sintomas da menstruação”, mas já prevendo um dos benefícios do uso das pílulas anticoncepcionais no tratamento de disfunções ou patologias ginecológicas.

Os anticoncepcionais combinados atuam pelo bloqueio da produção de hormônios estrogênio e progesterona naturais do ovário que ocorre em cascata e em ciclos, impedindo desta forma a ovulação e também o crescimento do endométrio (tecido que recobre a cavidade uterina e descama na menstruação). Os hormônios não atuam exclusivamente nos ovários e útero, mas também em outros órgãos como os vasos sanguíneos, fígado e pele. Sua ação pode ser benéfica em muitos casos, mas também pode ocasionar os inconvenientes efeitos colaterais e as graves complicações.

Os anticoncepcionais podem ser utilizados como tratamento para doenças como disfunções hormonais, hiperplasias endometriais sem atipias, síndrome de ovário policístico, endometriose e conter sangramentos uterinos anormais.

Todos os anticoncepcionais tem risco de provocar trombose venosa profunda, aumento do LDL (colesterol “ruim”) e as outras seqüelas advindas destas primeiras. As candidatas ao uso do tratamento devem ter sua historia minuciosamente colhida para excluir as contra-indicações ao uso e serem bem orientadas quanto a estas possibilidades. No Brasil, não há números reais da prevalência destas complicações nas usuárias de anticoncepcionais. Porem, em estudo britânico 361.000 mulheres em uso de contraceptivo oral apenas 106 tiveram complicações decorrentes do uso da medicação.

Concluímos, portanto, que o anticoncepcional não é um medicamento livre de efeitos colaterais e complicações como a maior parte das medicações disponíveis no Mercado, mas pode ser muito benéfico para o tratamento de muitas doenças, melhorando de forma significativa a qualidade de vida de muitas mulheres. A melhor forma de decidir por este tipo de tratamento é pesando os riscos e benefícios junto com seu médico.

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