A importância da fisioterapia pélvica para o tratamento da endometriose.

Muitos fatores podem estar relacionados aos sintomas da endometriose. Para fazer um mapeamento abrangente sobre todos os locais afetados, é necessário fazer uma avaliação clínica (entrevista + exame físico) com objetivo de identificar sinais que possivelmente possam estar relacionados à doença principal.
Sabemos atualmente que são afetadas 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. A maioria possui distúrbios uro-ginecológicos, muitas vezes resultando em depressão, ansiedade e fadiga.

A dor pélvica crônica (DPC) é descrita como uma dor na região abdominal em baixo ventre, com duração de pelo menos 6 meses, suficientemente intensa para interferir nas atividades habituais da paciente.
Pode estar associada com queixas urinárias, anorretais e sexuais. Além disso, a paciente pode referir dor em outros lugares, na pelve ou longe da pelve, levando à uma grande variedade de distúrbios musculares e posturais.

Em mulheres com dor pélvica a prevalência de endometriose pode estar entre 40 e 70 %. Por isso, é necessário ter grande conhecimento de cada área afetada pela DPC, para então avaliar o melhor tipo de tratamento.

SINTOMAS MÚSCULO ESQUELÉTICO

Estudos apontam que 85% das pacientes com DPC apresentam disfunções do sistema musculoesquelético. Alterações posturais características na paciente com dor pélvica crônica:

• Hiperlordose lombar
• Hiperextensão de joelhos
• Anteriorização pélvica
• Espasmo do m. levantador do ânus
• Síndrome do piriforme

Cabe então ao fisioterapeuta nesses casos:

• Identificar e tratar alterações e desvios posturais;
• Relacionar as alterações posturais com as queixas do paciente;
• Identificar e tratar alterações musculares;
• Desativar pontos gatilhos e trigger points;
• Identificar e corrigir disfunções do assoalho pélvico.

SINTOMAS URINÁRIOS E EVACUATÓRIOS

Os sintomas urinários podem ser decorrentes de alterações somáticas como aumento do tônus muscular do assoalho pélvico ou autonômicas como resposta à alguma alteração do nervo. Estas alterações podem estar presentes antes da cirurgia devido à própria doença e/ou podem se evidenciar após o tratamento cirúrgico.

Podem se manifestar como:

• Dificuldade no esvaziamento da bexiga;
• Sensação de esvaziamento incompleto;
• Urgência para urinar e incontinência urinária.

É necessário também, a avaliação prévia com um médico urologista.

SINTOMAS DA FUNÇÃO SEXUAL

O sintoma sexual mais encontrado nas pacientes com endometriose é dispareunia (ou transtorno da dor gênito-pélvica/penetração). Ela é caracterizada por:

• Dor e dificuldade à penetração vaginal;
• Medo associado à penetração vaginal;
• Tensão da musculatura do períneo à tentativa de penetração.

Após detectado os sintomas, a terapêutica utilizada poderá ser multimodal incluindo recursos como:

TERAPIA COMPORTAMENTAL

• Adequação de ingesta hídrica
• Controle de alimentos irritativos
• Micção programada
• Postura correta para evacuar
TERAPIA MANUAL

• Melhora a circulação sanguínea
• Restaura a integridade do tecido
• Diminui a tensão e dor
• Melhora do movimento
• Efeito no sistema nervoso autônomo

ELETROTERAPIA

• Aplicação de estímulos elétricos na superfície da pele para o controle da dor
• Método não invasivo, de baixo custo e seguro
• Sem efeitos colaterais
BIOFFEDBACK

Dispositivo com sensor externo que fornece um retorno visual ou auditivo da atividade muscular do assoalho pélvico, possibilitando o controle da musculatura

TERMOTERAPIA/ CRIOTERAPIA
• Efeitos analgésicos
• Descongestionantes
• Sedativos
• Antiespasmódico
• Aumento do suprimento sanguíneo
• Acelera o metabolismo das fibras musculares
• Reduz resistência intramuscular
DILATADORES VAGINAIS
• Próteses de silicone
• Introdução vaginal
• Técnicas de uso com ou sem movimentos multidirecionais
• Normalizam o tônus muscular
• Dessensibiliza áreas hipersensíveis
• Restaura função sexual
• Progressão em diâmetros

MASSAGEM PERINEAL
Massagem firme, com pressão tolerável, em movimentos perpendiculares às fibras musculares.
Movimentos em: deslizamento ou círculos, em “U”

Vale lembrar que o tratamento escolhido dependerá dos sintomas relatados e à prioridade sempre será a queixa principal referida pela paciente. O tratamento será individualizado e personalizado.

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Orientação Científica: Dra. Renata Buere

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