Endometriose e câncer: existe associação?

A endometriose é uma doença crônica e progressiva e que, apesar de ser uma doença benigna, gera muitas dúvidas e interesse de pesquisa sobre sua relação com o câncer por seu carácter disseminador.

A endometriose pode atingir diferentes órgãos pélvicos, e na maior parte dos casos localiza-se nos ovários e na parte posterior da pelve (ligamentos uterossacros). No entanto, existem relatos de doença em locais raros e muitos distintos dos sítios abdominais como a mama, a faringe e o pulmão. Desta forma, sabe-se que há outras formas de disseminação das células endometriais que não somente o refluxo menstrual, que é a principal teoria de origem da endometriose. A outra teoria aceita para o aparecimento destes focos de endometriose é a da metaplasia celômica, onde células germinativas localizadas nestes órgãos se transformariam e dariam origem ao tecido endometrial. E outra possibilidade seria a disseminação linfática. Independe da teoria, é importante ressaltar que da mesma maneira que é visto nas doenças malignas, a endometriose dissemina-se com facilidade, seja através das vias linfáticas ou seja através de transformação de células germinativas, ou pelas vias inflamatórias/imunológicas do organismo. E com este comportamento, os pesquisadores foram averiguar se esta relação realmente é verdadeira.

As evidencias cientificas mostram uma pequena relação entre o câncer de ovário e a endometriose de ovário, onde o risco relativo varia de 1.3 a 1.9. Dentre este risco de desenvolver algum tipo de câncer ovariano através da presença do endometrioma, os tipos mais relacionados são os tumores de células claras, os serosos e endometrioides. Apesar desta relação ter sido estabelecida, o risco é tão baixo, que não há protocolo determinado de rastreio para câncer nas mulheres com endometrioma.

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