Infertilidade relacionada com endometriose: a tecnologia de reprodução assistida não tem qualquer impacto adverso sobre a dor ou escores de qualidade de vida.
As pacientes que tem endometriose, muitas vezes, também são acometidas pela infertilidade, necessitando de técnicas de reprodução assistida. O processo de reprodução assistida, seja ele inseminação intrauterina (IIU) ou fertilização in vitro (FIV), faz uso de medicações hormonais que induzem o crescimento das células do endométrio. Por isso, acredita-se que possa agravar o quadro das pacientes com focos de endometriose.
Amparando-se no conceito de agravamento da doença com técnicas de reprodução assistida (RA), um grupo francês muito conceituado em pesquisas em endometriose liderado pelo Dr. Charles Chapron, realizou um estudo para avaliar os sintomas (escala visual analogical) e a qualidade de vida (questionário FertiQoL) em 102 pacientes com endometriose e infertilidade, antes e depois de serem submetidas a técnica de RA. Elas foram comparadas a 104 mulheres que não tinham endometriose e também fariam a RA.
O estudo não observou nenhuma piora da dor nas pacientes com endometriose comparada a mulheres livres da doença e nenhuma alteração na qualidade de vida, diferente do que se acreditava. É necessário maior número de estudos e estudos melhor elaborados para poder concluir que não existe piora da endometriose com a reprodução assistida, podendo assim evitar o atraso na indicação do tratamento de infertilidade.
Deixe um comentário