As massas ovarianas, sejam elas cistos ou tumores, são as responsáveis por procedimentos cirúrgicos em 10% das mulheres. Os índices aumentaram com o advento e expansão da ultrassonografia. Durante o período da pre-menopausa, quase todas as massas são de origem benigna, com incidência de apenas 1:1000 tumores malignos.
As massas ovarianas benignas podem ser cistos funcionais, endometriomas, cistoadenoma seroso, cistoadenoma mucinoso, teratoma maduro e abcesso tuboovariano. Os tumores malignos podem ser do tipo de células germinativas, carcinoma epitelial, do cordão sexual e, oriundos do trato gastrointestinal e mama.
A recomendação dos principais guidelines internacionais, como o do Royal College of Obstetrics and Gynecologists (RCOG) e American College of Obstetrics and Gynecologists, defendem uma conduta conservadora. Os cistos funcionais e os cistos simples, por exemplo, costumam desaparecer após 2 a 3 ciclos menstruais, sem a necessidade de abordagem terapêutica.
Em contrapartida, as pacientes muitas vezes com receio de que essas massas possam ser a causa de infertilidade ou ainda por falta de informação, sofrem grande ansiedade e expectativa no acompanhamento dos tumores ou cistos ovarianos.
A ultrassonografia transvaginal é o melhor método para avaliação das massas ovarianas pela maior sensibilidade. Um grupo de pesquisa científica intitulado International Ovarian Tumor Analysis (IOTA) determinou através de um estudo envolvendo 08 países e 1983 mulheres, características ultrassonográficas para aumentar a sensibilidade e especificidade do diagnóstico de benignidade e malignidade das massas pélvicas em mulheres em idade reprodutiva. As massas classificadas como benignas são aquelas como os cistos uniloculares, presença de componente sólido menor que 7mm, presença de sombra acústica, tumores multiloculados moles menores que 100mm e sem fluxo sanguíneo. Os tumores classificados como malignos são os tumores sólidos irregulares, presença de ascite, presença de pelo menos quatro estruturas papilares, tumores sólidos irregulares multiloculados maiores ou igual a 100mm e alto fluxo sanguíneo.
A conduta frente às massas ovarianas não é baseada somente nas características ultrassonográficas, mas também no exame clínico, na história da paciente (sintomas e fatores de risco) e nos marcadores tumorais complementares. Porém, as imagens com alto índice de suspeição de malignidade devem ser referidos para serviços especializados em oncologia para melhor investigação e tratamento, oferecendo uma possibilidade de maior sobrevida à estas pacientes.
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