Alterações na espessura do endométrio

imagem vista de cima de mãos femininas fazendo uma pesquisa sobre alteração na espessura do endométrio em um notebook. Ao lado, apoiada na mesa, um utero de crochê e uma planta.

Dentre as doenças ginecológicas mais conhecidas, as principais são as que afetam o endométrio, como é o caso da endometriose.  Isso porque esse tecido é muito importante para o sistema reprodutor feminino, e merece um cuidado especial, principalmente quando alterações de espessura ocorrem.

O endométrio é o tecido responsável por revestir toda a parede interna do útero, respondendo aos estímulos hormonais do corpo que ocorrem durante o período menstrual. Essas alterações hormonais refletem em diferentes estímulos do endométrio, e consequentemente afetam sua espessura, fazendo com que ele apresente três fases.

Fases do endométrio

Com as alterações hormonais e de espessura no endométrio, pode ser dividido em três fases que ocorrem durante o ciclo menstrual. As fases do endométrio são:

  • Fase 01: Fase proliferativa

A primeira fase proliferativa se inicia logo após o último dia da menstruação. Nessa fase as paredes do útero já se descamaram por completo e os níveis do hormônio estrogênio começam a aumentar, o que estimula a proliferação das células endometriais, resultando no aumento da camada endometrial.

  • Fase 02: Fase Secretora

Em torno da metade do ciclo menstrual da mulher, ocorre a liberação de óvulos pelo ovário. Com a liberação de óvulos, ocorre a produção do hormônio progesterona. Esse hormônio é secretado para preparar o endométrio para recebimento do embrião e nutrição do mesmo durante os primeiros dias de seu desenvolvimento, isso porque o hormônio progesterona estimula a secreção por parte das glândulas do endométrio, que dá origem ao nome dessa fase.

  • Fase 03: Fase Menstrual

Caso um embrião não se implante no endométrio, há uma diminuição na produção dos hormônios estrogênio e progesterona, e consequentemente uma diminuição na concentração deles. Essa queda do nível de hormônios acarreta em uma descamação do endométrio, que faz com que alguns vasos sanguíneos se rompa, causando o sangramento. A liberação de sangue juntamente com a parede descamada do endométrio é chamada de menstruação, que inicia a fase menstrual das fases do endométrio.

É possível identificar a fase do endométrio com exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, que mostra se há alguma alteração.

Alterações no endométrio

As principais alterações no endométrio são detectadas por exames de imagem quando o médico possui uma suspeita e/ou quando a paciente possui alguma queixa recorrente. Algumas alterações podem resultar em problemas funcionais do endométrio, como alterações hormonais. As principais alterações na espessura do endométrio que podem acabar até mesmo comprometendo a fertilidade da paciente de alguma forma são:

  • Endométrio fino: 

Também conhecido como endométrio atrófico, que é o endométrio com menos de 6mm de espessura. Espessuras menores que essa não são consideradas aptas para a implantação do embrião. Por se tratar de uma atrofia mais simples, nos casos de endométrio fino ou atrófico, a administração medicamentosa de progesterona pode reverter o quadro clínico.

O quadro de endométrio fino é comum em mulheres que passam longos períodos administrando anticoncepcionais orais ou injetáveis, que mantém os níveis hormonais baixos, e consequentemente pode haver uma atrofia do tecido endometrial. Nesses casos o quadro também é reversível de forma medicamentosa. Além disso, nesses casos podem ser administradas outras medicações para reversão da atrofia endometrial, como L-arginina.

  • Endométrio espesso:

Também conhecido como hiperplasia endometrial, o endométrio espesso é o contrário da condição explicada anteriormente. Nos casos de endométrio espesso, há uma exposição excessiva ao estrógeno e consequentemente um aumento excessivo da espessura endometrial.

Esse quadro clínico pode resultar em sangramentos uterinos, ciclo menstrual irregular e queda dos níveis de progesterona. Além disso, a hiperplasia endometrial é um fator de risco para o desenvolvimento do câncer de endométrio, sendo necessária extrema atenção.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do endométrio espesso podemos citar principalmente a obesidade, diabetes e a síndrome do ovário policístico. Assim como no quadro clínico anterior, nesse caso o tratamento é medicamentoso, com a administração de progesterona.

  • Mioma uterino: 

Os miomas uterinos são tumores benignos que aparecem na parede uterina. Alguns desses miomas acabam comprometendo o endométrio, o que pode provocar sérios sangramentos, que se agravam no período menstrual.

Mulheres com mioma possuem uma maior susceptibilidade a abortos espontâneos, pois a presença de miomas no endométrio acaba por dificultar que o embrião se implante no endométrio, além de dificultar a permanência e o desenvolvimento do mesmo.

Por se tratar de uma alteração endometrial mais grave, nesse caso o tratamento é cirúrgico, com a remoção dos miomas, sem o comprometimento da fertilidade da mulher.

  • Pólipo endometrial:

Os pólipos são parecidos com miomas, sendo pequenos tumores mas que surgem diretamente na parede endometrial, causando toda a dificuldade para o embrião comentada anteriormente. Eles são assintomáticos na maioria das vezes, podendo desencadear pequenos sangramentos intermenstruais, e são identificados por exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal. O tratamento também é realizado de forma cirúrgica, para a recuperação da fertilidade da mulher.

  • Endometriose 

Nesse caso, o endométrio começa a crescer fora da cavidade uterina, podendo comprometer os ovários, as trompas e até mesmo outros órgãos não genitais, como o intestino. A endometriose pode receber tratamento cirúrgico ou medicamentoso, sendo que na maioria das vezes ela é associada com a infertilidade feminina, e sintomas característicos, quando sintomática, como a dor uterina extremamente forte.

Como as alterações endometriais podem afetar a gravidez

É importante lembrar que é no endométrio que o embrião se implantará e se nutrirá em seus primeiros dias de desenvolvimento. Alterações no endométrio, seja para hiperplasia ou atrofia, podem dificultar a implantação e permanência do embrião, deixando a mulher mais suscetível a abortos espontâneos e, em alguns casos, impedindo até mesmo que a mulher engravide.

Sempre reforçamos a importância de realizar um acompanhamento ginecológico regular e com profissionais capacitados. Muitas das doenças endometriais são assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico, que é realizado geralmente em consultas ginecológicas de rotina. Cuide da sua saúde ginecológica hoje mesmo, agendando sua consulta no Instituto Crispi, que conta com profissionais especialistas na área, prontos para fornecer o melhor atendimento e todo o suporte necessário para a mulher. Clique aqui para agendar a sua consulta.

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